
O desporto tavirense ficou mais pobre desde a última segunda-feira, fruto do desaparecimento de Carlos Rocha, antigo campeão do mundo de luta livre. Natural de Tavira, Carlos Rocha estava há muitos anos radicado nos Estados Unidos, onde era conhecido como o "Campeão Português"; foi lá, na Flórida, que aos 93 anos se despediu da vida terrena.
Nascido em 1927, Carlos Rocha alcançou a notoriedade nos espectáculos de wrestling que se realizavam no Parque Mayer e no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, nos anos 40 do século XX, partilhando os ringues com nomes como Tarzan Taborda ou Zé Luís - isto, já depois de ter representado o Ginásio de Tavira ainda criança no que foi a sua primeira paixão desportiva (o ciclismo) e de ter trocado o boxe (modalidade da qual foi campeão nacional) pela luta livre.
Na década de 60, o atleta tavirense mudou-se para os Estados Unidos (mais propriamente Newark, New Jersey), onde travou combates com alguns nomes míticos da modalidade nesse período, como Gorilla Monsoon, Vince McMahon, Nikolai Volkoff, Ric Flair, Terry Funk ou Peter Maiviaem, e foi nesse período que se sagrou campeão mundial. Recentemente, o "Campeão Português" foi alvo de uma homenagem da APW (Associação Portuguesa de Wrestling) através da realização da Liga Carlos Rocha, uma prova que envolveu vários lutadores da promotora algarvia.
Carlos Rocha terá sido o atleta tavirense que "mais prestígio, glória e notoriedade conquistou além-fronteiras", como escreveu Rui Palmilha Amaro na sua página de Facebook. Idolatrado pelas suas conquistas no desporto, era igualmente respeitado e admirado pela humildade, carácter e personalidade, sempre gentil e amável para todos os que com ele se cruzavam. Ainda hoje, é possível encontrar em diversas casas comerciais espalhadas pelo concelho de Tavira fotografias suas nas paredes, numa demonstração de que o seu legado continua (e continuará) a perdurar na cidade.
À família e amigos, o Ginásio Clube de Tavira endereça as mais sentidas condolências.